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terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Acupuntura Quântica.

Imagine que tudo de material que está a sua volta já foi o sonho de alguém; alguém sonhou e depois tornou esse sonho realidade, não em passos gigantescos, mas em pequenos sonhos, muito próximos, que foram se materializando aos poucos. Tudo que vemos a nossa volta não tem nada de fantástico, são sonhos que vamos sonhando e realizando, a medida que nossa mente vai evoluindo em sua filosofia e ciência e aceitando coisas que antes eram consideradas tabus ou mitos. Uma descoberta só vem realmente à tona, quando nosso cérebro está preparado para aceitá-la, pois antes disso ela fica no campo dos tabus, misticismo e crenças. Simples assim.

Tudo que pode ser sonhado, pode ser transformado em realidade.


"Cogito ergo sum". René Descartes

Para tentar explicar a acupuntura segundo a física quântica, temos que levar alguns fatores em consideração.
AGORA SABEMOS, E PODEMOS DEMONSTRAR, QUE A LUA NÃO ESTÁ LÁ, SE NINGUÉM ESTIVER OLHANDO.” N. David Mermin
A frase acima resume muito bem o que seja a física quântica, e quando começarmos a entender o significado dessa frase, é sinal que já estaremos no caminho certo.
Em minha opinião, acupuntura quântica não existe.
Temos acupuntura e temos física quântica e são coisas distintas. Vejo muitos sites, cursos, livros, todos falando de acupuntura quântica, usando esses novos termos que a mídia leiga tenta pregar por aí como novos recursos terapêuticos. Mas nada disso ainda existe. É uma utopia.
A partir da década de 20 começaram experimentos que cada vez mais descobriam como as partículas ínfimas da matéria se comportavam, e uma série de teorias foram ganhando corpo e literalmente desbancando as teorias de Albert Einstein. A principal delas foi a dualidade de uma partícula em se comportar como onda e como partícula; laboratórios de física avançada conseguem provar que uma partícula sabe com antecedência a um experimento científico se ela deve se comportar como onda ou como partícula, dependendo da experiência que um observador adote, terapeuta, no nosso caso.
Hoje, o que temos de mais concreto em termos de física quântica é sabermos que o mundo tal qual o conhecemos não é feito de partículas, mas sim de energia, pois quando chegamos no ínfimo pedaço de matéria, descobrimos que não há matéria lá, tudo que existe é uma probabilidade de um pedacinho dela estar por ali, de acordo com o principio da incerteza (ou conhece-se a posição, ou conhece-se a velocidade da matéria (partícula); nunca ambas), e esta probabilidade só virá a ser uma certeza (materialidade) se você, que está fazendo o experimento, olhar para aquele pedacinho de energia naquele momento, que seria o que mais nos aproxima da “intenção” do observador. E mais do que isso, essa energia também não é importante, mas sim a quantidade de conexões que ela estabelece ao redor de si. Veja o caso de um átomo, rodeado de elétrons que se une (pelos elétrons) a outros átomos, formando compostos cada vez maiores. Esse encadeamento, não dos elétrons, mas de sua energia propriamente dita, é que faz com que cada ser vivo se conecte a outro, numa espécie de “efeito borboleta” - como no filme. A vida nada mais é, então, do que um sistema inteligente constantemente evoluindo. Richard Dawkins tem uma teoria (explicada em detalhes nos seu livro: O Gene Egoísta) de que a única coisa viva que existe é o DNA e que nós somos apenas a “capa” que sofre uma constante evolução desse DNA. Nossa mente é muito limitada para perceber isso, essa complexidade toda de interconexões, e somente algumas vezes temos alguns breves insights disso, como outro dia assisti num clipe do youtube (http://www.youtube.com/watch?v=2lXh2n0aPyw ): colocaram numa escadaria de metrô, um sensor que emitia uma nota musical cada vez que alguém pisasse. Com o passar do dia, algumas poucas pessoas que ali pisavam causavam sons estridentes e sem sentido, mas quando se acelerou a câmera, para muitas “rotações por minuto” pode-se perceber um som que não era ruim, parecia um som um pouco mais inteligente; claro, para a maioria das pessoas soou apenas como uma curiosidade engraçada, mas o que era um “caos”, quando visto numa nova perspectiva, passou a representar uma mais “inteligente”. A vida é mais ou menos isso, ela está muito interligada a tudo que a rodeia, e fica muito difícil entende-la se começarmos a fragmentá-la demais, precisamos sim é olhá-la mais holisticamente.
Mas, voltando ao assunto, a física de hoje, já fala que a realidade não é o que aparenta ser, mas sim que nosso mundo é um mundo apenas de energia e probabilidades, e que quando focamos nosso pensamento para algo que realmente queremos, isso acaba acontecendo, pois MATERIALIZAMOS NOSSA INTENÇÃO. E este é princípio que rege a base de nossas terapêuticas ditas por “terapia quântica”, em outras palavras, “tudo que pode ser pensado, pode ser realizado.”
A ciência atual, incluindo aqui a medicina, está vivendo um paradigma que não mais consegue sustentar-se, pois sua premissa é baseada na ganância e interesse capitalista que não dizem respeito propriamente à saúde, nem à ciência (vide aqui o último texto do meu blog: http://caminhosdaenergia.blogspot.com/2011/12/medicina-e-ciencia-uma-uniao-que-da-ate.html ). Estamos vivendo um inicio de milênio com a medicina ocidental em crise. Não se cura o câncer, mas apenas extirpa-se o tumor; não se cura a AIDS, apenas prolongamos a vida; não se cura a gripe, apenas nos entupimos de remédio para abafar seus efeitos; não tratamos as causas sociais das doenças ortopédicas, mas apenas fazemos cirurgias milionárias para consertar defeitos; estamos indo para a velhice cheios de doenças degenerativas, pois são o ganha-pão de uma indústria que não tem interesse em curar ninguém.
As mudanças de paradigmas já começam a dar sinais evidentes que estão ocorrendo e, claro, isso aparece com novas descobertas científicas, com especial importância aqui, a física quântica.
A física quântica trás um novo conceito de que você mesmo é responsável por sua saúde, através da sua força de vontade - se é que a população do planeta conhece o que é isso -, de sua intenção, do foco que você dá aos rumos da sua vida.
Mas, como alguém já falou outro dia: “- tá, mas e daí? o que ocorre na prática?”
A resposta é simples: não ocorre nada!
Os conceitos dessa nova física, dessa nova filosofia, dessa nova religião estão apenas se formando. As bases estão ainda se estabelecendo e não há uma situação concreta onde elas possam ser aplicadas. As próximas décadas, provavelmente, serão cruciais com novas descobertas e transformações dessas teorias em terapêuticas úteis e haverá um longo caminho até que toda essa teoria (nova filosofia ou nova ciência) venha a finalmente se converter numa nova racionalidade médica para esse novo milênio.
Não gosto muito de citar a mídia, pois ela é manipulativa, mas é forma mais usual que a população menos instruída têm de terem sua opinião formada, e dentro deste conceito podemos assistir a muitos filmes que nos abrem um pouco a mente para essas ideias, como cito então:
“O Segredo”: filme ruim, detestei, parece que só queria fazer marketing para vender um livro;
“Quem Somos Nós”: este teve uma abordagem um pouco melhor, com melhores entrevistas, e explicou melhor a teoria quântica;
“The Living Matrix”: na mesma linha do “Quem Somos Nós”, e ajuda a consolidar melhor alguns conceitos.
Alguns filmes de produção milionária mexem muito com a gente e um deles certamente foi Matrix, pois em termos de física quântica, a coisa é exatamente aquilo.
Faça uma experiência: imagine-se tentando arrancar uma árvore gigantesca do seu quintal: você nem consegue imaginar que ela possa sair dali; e imagine arrancando uma mudinha pequena do tamanho da mão: fácil, não é?
Agora compare: existem alguns conceitos em nossa mente, que vêm sendo passado a gerações e não vamos conseguir mudar, tal qual não conseguiríamos arrancar aquela árvore gigantesca. Imagine dizer para alguém que viveu no ano 1000 dC que a Terra girava em torno do sol; ou dizer que poderíamos transmitir som e imagem através do ar, para qualquer lugar do planeta; ou mesmo viajar de avião. A mente daquelas pessoas não estava preparada para aquilo ainda, e não havia conceitos teóricos suficientes para explicar tudo de uma maneira racional. Toda aquela “ciência”, então, seria considerada bruxaria.
Não existe ainda uma maneira racional de explicar a física quântica, pois os conceitos estão apenas se formando.
Podemos dizer que o “pensar positivo” influencia no tratamento, que PLACEBO cura tal qual remédio o faz, que doentes terminais ficam curados depois que passam por tratamento alternativo, ou mesmo quando se entregam a alguma religião. Tudo isso faz certo sentido e recebe, claro, algum apoio do que hoje chamamos de “terapias por cura quântica”; mas de fato não existe nada real ainda ligando uma coisa a outra.
Tudo gira em torno de falácias; terapias ditas quânticas, quando submetidas a comprovações científicas, mostram-se tão eficazes quanto outra qualquer.
Sobre as pesquisas em livros.
Usar referências bibliográficas no final de um livro como partida para outras pesquisas é uma ótima ideia, mas não esqueçamos de que estas referências são inúmeras e como hoje em dia todos queremos mostrar serviço, então será um tal de “copiar, colar” gigantesco lá na sessão de bibliografia dos livros. E, também, muito livros já foram lidos há muito tempo pelo autor, que o ajudou, provavelmente, a montar suas ideias iniciais para o assunto que ele escreve. A melhor fonte ocorre quando o autor cita a referência dentro do próprio livro que escreve.
Os livros que chegam no Brasil, sobre física quântica, são realmente muito poucos, eles tem referências bibliográficas extensas. Quando procuramos por essas referências, quase não encontramos nada em nossas bibliotecas, ou livrarias, para comprar. Pode-se comprar em inglês, na internet, mas sairia muito dispendioso comprar vários livros que nem se conhece, não é mesmo? Por esse motivo, que eu, e algumas outras pessoas insistimos que vale a pena investir em pesquisas científicas, pois elas colocam um acervo adicional em nossas referências bibliográficas. Hoje, cada vez mais encontramos artigos científicos em base de dados para consultas e compras. Você compra pela internet apenas o artigo que te interessa, o que não deixa de ser muito vantajoso para todos que se interessem por pesquisas, por isso, também precisamos saber o que estamos adquirindo, nesta área. Então vale a pena pesquisar em banco de dados da internet ou revistas científicas especializadas, pelo artigo que te interessa. E esse, sem dúvida, seria um motivo adicional para uma faculdade brasileira investir num curso de acupuntura: fonte de renda adicional, já que a acupuntura é a ciência que mais se aproxima da teoria quântica.
Estou com dois livros do Fritjof Capra: “O Ponto de Mutação” e “O Tao da Física”.
Ainda não li O Ponto de Mutação, mas, segundo a crítica, é uma continuação do Tao da Física, porém falando sobre assuntos que o primeiro não abordou, seria uma espécie de complementação necessária; não posso comentá-lo ainda.
Li O Tao da Física. O foco do livro, segundo meu ponto de vista, são justamente dois tópicos que nos interessam mais: ciência e filosofia. O cara é um físico excelente, que não recebeu mais verbas, pois se afastou um pouco da ciência tradicional indo então de encontro ao que chamamos de “místico”. Ele tem explicação coerente e fundamentada para muitas das descobertas que se fizeram, a ainda fazem, no campo da física das partículas, e trás estas explicações de uma maneira muito didática e fácil para nós, leigos. Ao longo de todo o livro ele traça um paralelo com o que chamamos de conhecimento místico, explicando a filosofia envolvida nos conhecimento dos grandes sábios do oriente e outras culturas também.
Acho o Tao da Física um grande livro de se ler, principalmente para quem é acupunturista e gosta de ciência. Em poucas décadas, com o avanço do que chamamos de física quântica, esse conhecimento se tornará factível e o veremos surgir em termos de terapias adaptadas as nossas necessidades e entendimento, em cima desse novo paradigma que está se formando. Mas mais do que isso, o livro abre nosso campo de entendimento para o que chamados, como já dito, de racionalidades médicas, pois ele explica a filosofia chinesa e indiana como duas coisas distintas, e fazendo parte de sistemas filosóficos também distintos.
Um outro livro que eu não deixaria de ler é “Anais de um simpósio imaginário (entretenimento para cientistas)”, de um autor brasileiro, Beto Hoise. Estou acabando este livro agora, e claro, vou lê-lo novamente, agora, fazendo minhas próprias anotações. O autor mostra claramente as dificuldades éticas em que os físicos estão envolvidos hoje em dia, pois sabem que existe um amplo campo de pesquisa se abrindo em torno do que a gente chama de místico ou paranormal e não podem falar disso abertamente, pois estão presos a velhos conceitos de ciência, além do que, deixariam de receber verbas para suas pesquisas. Tudo isso, de alguma forma, vai ao encontro do que chamamos acupuntura, pois para explicar o que é o Qi (uma energia que flui por canais que não vemos) é preciso de uma outra base científica. O livro também trás muita informação de descobertas científicas e um entendimento novo do que chamamos ciência, tanto que o último texto que coloquei em meu blog são palavras, na íntegra, do próprio autor. Leia-o para se posicionar melhor no nosso conceito de ciência. Trás em seu interior, também, referência a muitas obras importantes, que lhe ajudarão a ter uma melhor perspectiva do que seja ciência, hoje em dia.
Tenho um livro que comecei a ler também, em pdf, que chama-se “O Universo Holográfico”, de Michael Talbot. Excelente livro, já o estou providenciando para minha estante.
Enfim, são todos livros ligados à ciência e à filosofia de uma maneira indireta, que ajudam a gente a navegar por um novo campo de estudos que se abre para o próximo milênio, e é em cima de novo campo, que se abrirão possibilidades de melhores explicações para nossa acupuntura, tanto que a medicina também já começa a pensar nisso através da sua Medicina Energética.






sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Medicina e Ciência: uma união que dá até medo!

“(...) Mas os tabus e fobias da velha ciência não se alojam apenas nesses setores caducos da intelectualidade. O conservadorismo e a tendência para limitar-se ao território conhecido ainda limitam grande parte da investigação e da pesquisa, no setor privado, apesar da aparência de que algo de novo acontece a cada mês, ou a cada novo exemplar das publicações especializadas. A produção do novo em ciência tem sido, na verdade, cerceada, apesar da enxurrada de novidades, que geralmente jorram da inesgotável cornucópia da tecnologia. Ideias realmente inovadoras frequentemente se manifestam em quase todos os campos do conhecimento, mas seu acesso aos órgãos de divulgação científica é ocasional e, algumas vezes, tumultuado por controvérsias e celeumas. Incontáveis tentativas de incursão pelos campos situados fora do paradigma têm conduzido ao ostracismo e à desgraça homens e mulheres corajosos que assumem um compromisso com a verdade dos fatos, mais do que com seu próprio prestígio na comunidade intelectual. É nesta frente de batalha, onde se conquista arduamente o espaço exigido pela ciência do novo milênio, que surgem os heróis do novo tempo, arriscando-se a perder cargos, verbas de pesquisas, e até seu próprio sustento material, perdas mais contundentes do que o riso de mofa e as agressões dos pedantes detentores de verdades obsoletas, que sobrevivem apenas à custa de interesses econômicos destituídos de uma base ética.

Um dos setores onde este quadro é mais evidente e comprometedor é o da medicina ocidental, que movimenta centenas de bilhões de dólares anualmente e promove a produção incessante de novidades quimioterápicas destinadas ao vasto mercado mundial das doenças. Doenças quase sempre decorrentes do desequilíbrio da vida civilizada, dos maus hábitos alimentares e comportamentais disseminados pela mídia – por sua vez resultantes das distorções que a visão materialista do mundo impõe. Nunca será demais salientar que o mercado da indústria farmacêutica é a doença, e não a saúde. A lógica empresarial dos produtores de medicamentos não tem qualquer interesse em criar um mundo de indivíduos saudáveis, porque isto significaria o desaparecimento do seu mercado, que é a doença. O que os laboratórios produzem são drogas químicas e dólares, e não saúde.

Muitos de nós sabemos disso, mas não há como trazer esta informação para o plano da percepção cotidiana, porque a mídia é quem molda a limitada consciência das pessoas (não seria um equívoco chamar isso de consciência?) e se encarrega de instituir uma concepção de mundo massificada, deformada pelos interesses comerciais, em que anormalidades grosseiras são aceitas e mantidas como padrão de normalidade. No desvario incontido da busca de lucros, o sistema capitalista gera absurdos, como o cultivo de estados patológicos inerentes ao homem civilizado, desde a obesidade até doenças degenerativas.

A caça ao lucro sem considerações de ordem ética é ainda remanescente da expansão das corporações burguesas, acelerada a partir do século 19, e que gerou o darwinismo, o marxismo e a sociedade neurótica onde prosperou a psicanálise. Essa expansão amoral atravessou todo o século 20 sem ser realmente contida por legislação e mecanismos eficazes, que se fundamentassem numa concepção mais nobre do que seja o ser humano. Daí decorrem absurdos, como as guerras e a indústria de armamentos que as estimula; a violência, as baixas motivações e os piores conteúdos da psique humana como temas predominantemente na ficção televisiva, ou as indústrias bilionárias do tabaco e da bebida alcoólica, que podem sem exagero ser chamadas de indústria do câncer e da morte. Ou a indústria farmacêutica, que se nutre das doenças que finge curar, mas na verdade estimula e expande, porque cada droga que suprime os sintomas de uma doença sem lhes atingir a causa não só é inócua, a médio prazo, como também provoca outras males, pelos seus chamados efeitos secundários – por vezes piores do que aquilo que pretendia curar.

Em todos os setores de atividade onde quem comanda é a cega ambição, surgem distorções que atingem não apenas os indivíduos envolvidos diretamente no processo como também vastos grupos sociais, tanto no psíquico como no somático, porque estas são as duas faces correlatas e interdependentes do ser humano, embora haja relutância da ciência conservadora em reconhecer plenamente esta verdade elementar.

No caso específico dos medicamentos e das terapêuticas, em que a medicação é dominada pelos laboratórios de quimioterápicos, a situação é das mais difíceis e comprometedoras. O poder avassalador do capital conseguiu, ao longo de todo o século 20, suprimir todo um acervo de eficientes práticas das terapêuticas tradicionais do ocidente, ignorar as contribuições de comprovada eficácia oriunda de outras culturas e inibir as descobertas e pesquisas do próprio ocidente, que não se traduzam em lucros proveniente das vendas de produtos médicos, principalmente drogas. Qualquer terapia que represente redução nos altos custos (nota: “lucros”) da medicina tem pouca ou nenhuma chance de ser estimulada; as terapias alternativas (nota: práticas integrativas e complementares, no Brasil), mesmo quando extensivamente aplicadas e comprovadas em alguns países – como a acupuntura e a homeopatia – enfrentam um densa cortina de silêncio e não lhes é concedido espaço nas publicações de maior penetração. Como observa o médico Gabriel Cousens, dos Estados Unidos, que defende práticas médicas alternativas:

A questão é que uma revista médica de prestígio não publicaria um artigo de natureza controversa que não contivesse referência a trabalhos publicados em outra revista de prestígio. Visto que nesse campo ninguém consegue penetração nas revistas médicas ortodoxas, não existe obviamente nenhuma fonte respeitável de referências dignas de crédito para citar. Assim, as revistas médicas permanecem seguras em suas torres de marfim de dogmatismos científicos.

Práticas médicas (no Brasil, recebe a denominação de Práticas Integrativas e Complementares – PIC) como a moxibustão e a acupuntura, vêm sendo utilizadas há milhares de anos na China, em milhões de pessoas, com inegáveis resultados terapêuticos; entretanto, somente há cerca de vinte anos essas técnicas começaram a ser empregadas no mundo ocidental, onde a acupuntura é admitida em alguns países apenas como forma de anestesia – apesar de seu alcance ser muitíssimo maior. Estudos sistemáticos sobre essas terapias, por parte das grandes corporações do ocidente ligadas à medicina, não são realizados porque não há qualquer produto a ser vendido, sejam remédios ou caros equipamentos. Paralelamente, o poderoso lobby dessas corporações atua junto aos governos para inibir a dotação de verbas destinadas a tais pesquisas, apesar do enorme interesse social que poderia ter a generalização do seu uso.

A medicina das ervas, que faz parte das tradições populares de todos os continentes, somente é lembrada quando é possível extrair o princípio ativo de alguma planta e acondicioná-lo industrialmente sob alguma forma patenteada e vendável a preço comercialmente interessante. A disseminação do cultivo popular das plantas medicinais e a educação sobre o seu uso sob forma direta, através de chás ou consumo in natura, não são estimulados nem mesmos nos países mais pobres, onde se poderia constituir numa forma barata de disseminar a saúde, bem melhor que as drogas sintéticas carregadas de efeitos colaterais perniciosos. Isto ocorre porque a pressão política da grande indústria está alerta junto aos governos de todo o mundo para impedir qualquer possível limitação ao vasto mercado internacional da doença e do sofrimento humano.

Inúmeras práticas da medicina tradicional das diversas culturas, cuja eficácia poderia ser comprovada e quantificada por pesquisas, são a priori desacreditadas pela mentalidade forjada pela alopatia dominante. É uma atitude artificialmente criada e mantida pela manipulação das revistas especializadas publicadas pelas próprias indústrias ou aquelas aparentemente independentes, pelos inumeráveis congressos patrocinados pelos grandes laboratórios e pela cooptação direta de médicos influentes, que frequentemente viajam para esses encontros com todas as despesas pagas. A reação às práticas alternativas de terapias não –alopáticas – independentemente da eficiência que possam ter – vai desde o sorriso irônico dos alopatas e a irritação dos inúmeros beneficiários do vasto sistema capitalista/industrial farmacêutico, até a sabotagem e às práticas criminosas, quando interesses maiores são ameaçados.

O caso da homeopatia caracteriza bem o que sucede quando a medicina é dominada pelas forças amorais do mercado e pela ambição descontrolada de corporações e indivíduos.

A homeopatia é uma forma de medicina criada no século 19 pelo médico alemão Samuell Hahnemann, cuja eficácia terapêutica é indiscutível, mas que vem sofrendo todos os tipos de pressão nos países em que é admitida e praticada. Isto porque seus princípios são incompreensíveis sob a ótica da física newtoniana e do materialismo mecanicista. Os defensores do paradigma vigente não se interessam pelas repetidas e incontáveis comprovações da eficiência da homeopatia, que não teria sobrevivido por tanto tempo e a tão virulentos ataques se não tivesse sua eficácia extensivamente constatada por milhares de médicos, individualmente ou nos hospitais homeopáticos espalhados pelo mundo. Aos devotos da ciência mecanicista e reducionista o que importa é que eles não podem compreender como e porque a homeopatia funciona, se ela é incompatível com os princípios doutrinários da alopatia e da quimioterapia. A impossibilidade dos cientistas e médicos alopatas compreenderem seu funcionamento é recebida por estes como um insulto, e o combate à homeopatia ignora seu sucesso como terapêutica. Por isso a combatem com armas que vão desde fingida indiferença à violência.

A homeopatia trata o doente como um todo físico-psíquico indivisível e se utiliza de substâncias da natureza – mineral, vegetal ou animal – submetidas a diluições extremas num processo denominado potencialização, tanto mais forte quanto maior a diluição da substância original. Aos olhos da química isto é um absurdo, porque, nas maiores diluições empregadas pela homeopatia, já não pode haver molécula da substância matriz no produto final. O conflito teórico surgiu porque a homeopatia não se ajusta à ciência newtoniana; ela é bem mais compreensível à luz da física quântica, que só veio a ser formulada a partir de 1926-1927, mas cujas consequências ainda não foram inteiramente assimiladas. Indiferente às dificuldades teóricas para a completa elucidação dos seus princípios, os seguidores de Hahnemann valem-se dos seus métodos e comprovam na prática diária a sua eficiência.

Em 1986, Dr. David Reilly e seus colegas de Glasgow Homeopathic Hospital apresentaram à influente revista médica inglesa Lancet um impecável estudo sobre a eficácia de um preparado homeopático no tratamento da febre do feno. Tratava-se de um teste duplo-cego, onde o medicamento era comparado com um placebo ineficaz. Eles relataram que os “pacientes tratados homeopaticamente mostraram um significativa redução dos sintomas, tanto na avaliação dos médicos como dos próprios pacientes”. Acrescentando que “a significância dessa resposta ficou valorizada quando seus resultados foram comparados com a contagem de pólen e a resposta foi associada à necessidade do emprego de anti-histamínicos, que ficou reduzida à metade”. Evidentemente o preparado homeopático teve um efeito fisiológico que não poderia ser explicado pelo “efeito placebo”, onde a simples sugestão de estar recebendo um medicamento já influencia na melhora do paciente.

A publicação deste trabalho provocou uma avalanche de cartas de protesto, bastante reveladora da forma como pensam os médicos que se consideram orientados “cientificamente”. A despeito dos excepcionais cuidados em todas as fases da montagem e avaliação do experimento, as cartas à revista mostraram grande irritação e uma delas chegou a dizer que se tratava do “primeiro teste duplo-cego, aleatoriamente programado, de um placebo comparado com outro”, insistindo no fato de que, a diluição empregada, o preparado já não continha qualquer molécula do extrato original. As objeções dos leitores centravam-se em um só ponto: a homeopatia não pode funcionar. Se os resultados de um estudo cientificamente válido estão em desacordo com a teoria, então o estudo está errado. A ideia de se considerar a possibilidade de rever a teoria não foi mencionada, a não ser por uma ou duas cartas.

Dois anos depois, a publicação de um outro estudo pela revista Nature levantou uma tempestade ainda maior de controvérsias que, nos seus desdobramentos, mostrou não apenas como pensam, mas também como podem agir homens de algum destaque na comunidade científica quando são instados a defender seus intocáveis paradigmas.

Dr. Jacques Benveniste, conceituado farmacologista e professor da Universidade de Paris, esteve no epicentro de um escândalo que chegou à imprensa leiga, pela suspeita amplamente divulgada, mas nuca confirmada, de fraude num experimento realizado com rigor científico e verificada por diversos laboratórios que o reproduziram. Dr. Benveniste e uma equipe de treze cientistas de quatro continentes testaram e mediram cuidadosamente em sucessivas diluições e potencializações, a eficácia de um soro contra a imunoglobulina-E, o anticorpo humano da hipersensibilidade alérgica. A cada ciclo do seu processamento, a eficiência do produto era cuidadosamente testada e medidas rigorosas eram efetuadas, verificando-se que, nas etapas iniciais havia uma queda na eficiência do soro proporcional à sua diluição, como seria de esperar. Entretanto, quando as diluições – sempre acompanhadas do processo de dinamização, que consiste na agitação do preparado segundo um procedimento especial – iam além do ponto em que o soro presente na solução ficava consideravelmente reduzido, sucessivos picos de eficácia eram registrados, seguidos de desaparecimentos a diluições maiores, e voltando a reaparecer quando essas diluições já atingiam níveis extremos, em que teoricamente não existiria qualquer molécula do soro original no produto obtido. Dr. Benveniste e sua equipe concluíram que algo do soro ainda estaria presente na solução, mesmo naquelas diluições extraordinárias, ou então que uma característica não identificada da substância matriz permanecia de alguma forma registrada nas moléculas da água (nota de George Kieling: nenhuma molécula do soro original ficou, restou apenas a "intenção" dos pesquisadores em curar os pacientes). O experimento foi chamado pelos seus autores de “A Memória da Água”.

Um criterioso relato da experiência foi então submetido para publicação na revista britância Nature, tendo seu editor, o Dr. John Maddox, exigido que o Dr. Benveniste obtivesse comprovação dos seus resultados por diversos outros laboratórios que o próprio Maddox indicaria. A reprodução do experimento nestes laboratórios confirmou os resultados e Nature publicou o trabalho em junho de 1988 – acompanhado de um comentário editorial que dizia “não haver base científica para aquelas observações” e que “havia boas e particulares razões para que as pessoas prudentes suspendessem seu julgamento, por enquanto”. Aparentemente, esta seria uma recomendação razoável em face dos resultados inesperados de um experimento. Mas lendo-se o editorial verifica-se que as “boas e particulares razões” alegadas são as leis físico-químicas tais como são conhecidas, e que o comentário da revista não dá qualquer indicação de que essas leis possam requerer alguma revisão ou ajustamento, diante dos fatos constatados pelo experimento. O conceituado cientista Dr. Robert O. Becker, que relata os casos Reilly e Benveniste em seu livro Cross Currents, comenta que a revista firmava-se no pressuposto de que prevaleceria a teoria sobre os fatos, assumindo claramente a defesa de um dogma e jogando o peso de seu prestígio para inibir – como de fato inibiu – as possíveis verificações posteriores da validade do experimento Benveniste. Qual o pesquisador científico que ousaria arriscar sua reputação, desafiando uma das revistas de maior “autoridade” em todo o mundo, se tentasse reabrir a controvérsia?

Conta o Dr. Becker que, simultaneamente à publicação do trabalho, Dr. Benveniste foi notificado pela revista que seu laboratório seria visitado por uma equipe de investigação. Essa equipe foi constituída pelo próprio Maddox – um físico de formação e cuja posição sobre o assunto já estava declarada em seu editorial -, um mágico profissional sem quaisquer credenciais científicas chamado James Randi (The Amazing), especializado em descobrir – ou forjar? – fraudes, e Dr. Walter Stewart, do U. S. Institute of Health, que não tinha qualificação na área de imunologia e recentemente também se convertera à rendosa atividade do “espantoso” Randi: desmascarador de fraudes científicas. Em sua carta de réplica. Dr. Benveniste protestou que essa equipe procedeu de forma totalmente anticientífica quando esteve em seu laboratório. O pessoal qualificado foi impedido de realizar adequadamente seu trabalho, os resultados positivos foram desconsiderador e a atmosfera foi a de uma caça às bruxas, orientada no sentido de concluir que os resultados obtidos não fossem diferentes dos que o acaso forneceria. Esta, efetivamente, foi a “conclusão” da visita.

Essa história foi amplamente divulgada na imprensa mundial, sempre em tom de zombaria. O Time Magazine, de 8 de agosto de 1988, publicou a matéria sob o título The Water that lost its memory, que endossava a investigação e as conclusões de Maddox, procurando colocar Dr. Benveniste e sua equipe no ridículo. Desde o início, Maddox presumiu que o experimento era uma fraude, investindo-se na posição de defensor das leis da física, mas o que efetivamente ele fez foi a defesa do establishment biomédico contra um conceito “herético”. O sistema usual de verificações científicas, que se segue à publicação de um trabalho controvertido, consiste na tentativa de outros cientistas procurarem comprovar ou negar os resultados relatados. Mas neste caso, comenta Dr. Becker, isto não pode ser mais feito, porque Maddox já imprimiu uma nódoa no tema que ameaça contaminar qualquer outro que venha a se aventurar a contestá-lo. Lamentavelmente, ao longo deste caso, o verdadeiro espírito da investigação científica perdeu-se inteiramente, conclui desolado o Dr. Becker.

No caso específico da homeopatia, assim como nas demais terapias alternativas de comprovada eficácia em outras culturas, compreende-se que a oposição que lhes é feita tem uma razão de ser: os enormes interesses econômicos que estão por trás da grande indústria trabalham incansavelmente para preservação do seu mercado e dos seus privilégios, chegando a forjar e manter todo um peculiar segmento cultural, uma forma de pensar e agir que se reveste da aparência de praticar “a verdadeira ciência”, onde médicos e leigos são envolvidos, sem perceber que estão sendo manipulados. Ou então permanecem com uma vaga e nebulosa percepção disto, que não mostra qualquer interesse em procurar a verdade dos fatos. Com efeito, muitos deles consideram-se beneficiários dessa situação, e simplesmente procurar a verdade não é algo que motive a maioria dos indivíduos, especialmente se essa verdade puder abalar suas fontes de renda, seus empregos e suas arraigadas convicções.”

Hoisel, Beto. Anais de um Simpósio Imaginário. São Paulo: Ed. Palas Athena, 1998.

O texto desta postagem foi retirado, em sua íntegra, do livro supracitado. Trata-se de uma história surreal, mas com fatos verídicos, que podem ser constatados através de suas referências.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Cristais Radiônicos na acupuntura - um projeto de pesquisa.

Cristais Radiônicos na Acupuntura – um projeto de pesquisa.

Um primeiro ensaio científico sobre metodologia de pesquisa na acupuntura.

Gosto de pensar que tenho um espírito livre – e me esforço para isto -, assim, quando tiver que fazer juízo de valores e expressar algum julgamento, terei o mínimo de vieses possível, talvez aquele oriundo apenas de meus próprios preconceitos e ignorância, não sendo necessário pedir autorização a ninguém para justificar minhas contradições, a não ser um único pedido de desculpas, formal, e minha palavra, que me esforçarei para fazer melhor da próxima vez.

Para uma melhor reflexão do que a ciência tem se tornado hoje, deixo transcrito abaixo as excelentes palavras de Beto Hoisel:

“A Ciência.

Nos últimos anos do século XX, surgiram e rapidamente se espalharam a suspeita e a constatação de que muito do que sempre se tinha considerado como prática científica isenta e imparcial, objetiva e precisa, não era bem assim. Um crescente volume de críticas e denúncias mostrou que grande parte do que se considera como ciência, ou científico, consiste no exercício de uma devoção muito semelhante à que se encontra nas seitas religiosas, que se multiplicam em torno dos inúmeros profetas que surgem com frequência. Conectadas ou não a interesses político-econômicos imediatos, três correntes ditas científicas dominaram o século passado, em torno de profetas surgidos no século anterior: o darwinismo, a psicanálise freudiana e o marxismo. Em nome da devoção a essas seitas, ou motivados por uma inércia cultura vinculada ao paradigma materialista, cientistas e intelectuais competentes desorientaram-se, entregando-se a procedimentos incompatíveis com a isenção que a ciência sempre alegou possuir. Este tipo de situação, em que muitos pesquisadores e trabalhadores da ciência se envolvem, fica mais grave quando os interesses financeiros ou políticos interferem.”

A ciência e o método científico, como instrumento para entender o funcionamento da vida, precisa ser repensado pelos seus próprios pesquisadores. Funciona relativamente bem se você pensar no universo como uma grande máquina, mas não funcionará corretamente se você pensar no universo como um grande pensamento, caminho este que parece ser o que a física das partículas anda descobrindo sobre a origem das coisas, incluindo entre as “coisas” o conceito de vida.

Vida (no sentido mais abrangente): todo sistema físico espacialmente localizado, mas termodinamicamente aberto, capaz de dissipar a entropia e apto a processar cumulativamente informação sobre si próprio e seu meio ambiente, em grau suficiente para tomar decisões. Em seus estágios mais primitivos, esses sistemas tomam decisões elementares apenas como reação a estímulos, o que não implica a presença de uma consciência. Mas a partir de certo nível crítico de complexidade interna, eles passam a ser capazes de colapsar a função de onda quântica (equação de Schrodinger), o que caracteriza o estágio onde surge, em sua forma embrionária, aquilo que legitimamente podemos qualificar de consciência. Entretanto, o que chamamos de consciência também se distribui segundo um espectro imensamente amplo, talvez tão extenso quanto o espectro eletromagnético, mas sua característica essencial é a capacidade de colapsar a função de Schrodinger nas suas proximidades, tornando reais possibilidades apenas potenciais. Hoisel Beto

A acupuntura, de acordo com o conceito exposto acima, não entende o corpo como uma máquina isolada, mas sim como estando em relação de equilíbrio com o meio externo, tanto que para você verificar o pulso de um paciente, precisará saber em qual estação do ano esteja, para um correto diagnóstico. Tendo em vista isto fica muito difícil fazer uma pesquisa científica na acupuntura e achar resultados coerentes com o que a medicina ocidental espera, pois a pesquisa atua dentro de certos limites impostos pelo paradigma da ciência atual, que vai contra o paradigma da medicina chinesa, que já conta com mais de três mil anos.

Mesmo assim, a cada ano, surgem mais e mais pesquisas dentro da acupuntura, com baixa qualidade metodológica para os padrões atuais, e normalmente trazendo resultados pouco significativos, encontrando, inclusive, resultados semelhantes a placebos.

O Brasil, terra de oportunidades e pioneirismos na área de saúde, conta com uma base científica muito rudimentar para acupuntura. Não temos sequer uma faculdade de Medicina Tradicional Chinesa, e nossos praticantes são oriundos de cursos técnicos livres ou cursos de pós-graduação de profissões da saúde; além disso, médicos – que exercem a medicina ocidental oficial no país – não entendem a filosofia da MTC e apenas usam a acupuntura como técnica auxiliar em seus tratamentos, baseados na ciência ocidental e no que entendem como saúde, desvirtuando toda essa racionalidade médica que é a acupuntura; e mesmo assim, ainda são eles que têm a última palavra sobre a acupuntura, na mídia informativa para as massas.

Mas, felizmente, vão surgindo algumas pérolas dentro dessas raras oportunidades e pioneirismos em nosso país, e dessa forma, trago aqui para o blog, um trabalho de sucesso que vem ganhando muito destaque e atenção em nosso meio: trata-se dos CRISTAIS RADIÔNICOS.

Para uma melhor compreensão do que sejam os Cristais Radiônicos, sugiro uma visita ao site do seu desenvolvedor, Prof. Raul Breves: http://www.medichina.com.br/paginas/cristais.php ou mesmo a inscrição em um de seus cursos para se aprofundar melhor nesta terapia.

Por ora, vamos esquecer um pouco do que seja a “terapia do bem”, que parece ter um forte apelo de merchandising, e vamos nos ater ao que realmente seja a técnica da “terapia por Cristais Radiônicos”.

Sumariamente eu diria que esta técnica usa pequenas esferas de cristais programadas via radiônica, que são adesivadas à pele do paciente para tratamento de problemas de saúde, e que agem de acordo com as teorias da acupuntura (da MTC) ou de acordo com as teorias mais modernas de microssitemas (ECIWO). O uso mais frequente desses cristais é exatamente no microssistema da orelha (auriculoterapia ou auriculoacupuntura) e é usado em conjunto com técnicas de Programação Neurolinguística (PNL), o que torna a terapia excelente para problemas de origem psicossomática.

Não existem ainda estudos científicos de grande vulto e de apurada metodologia para esta técnica, por isso, o que tenciono deixar aqui com meus escritos, é um delineamento metodológico para quem objetiva iniciar uma pesquisa científica para os cristais radiônicos. É intenção minha, também, iniciar uma discussão a respeito de qual seja a metodologia correta para a acupuntura e as práticas da MTC, mais especificamente no que diz respeito ao “poder da intenção” dentro dessas práticas e de como ela influência na metodologia aplicada ao seu estudo, coisa que pretendo ainda desenvolver oportunamente.

Antes de tudo, vamos analisar bem como esta terapia funciona, pois não se trata de apenas uma técnica de tratamento, mas sim, um conjunto que envolve:

1. Emissão radiônica para tratar o corpo;
2. Uso de cristais sobre a pele;
3. Técnicas de PNL para tratar a parte psíquica;
4. Aurículoacupuntura/aurículoterapia ou acupuntura sistêmica, conforme o caso.

Vou falar brevemente sobre cada uma delas, dentro do meu pequeno conhecimento sobre o assunto, para depois entrar na parte da pesquisa propriamente dita.

1. Emissão radiônica para tratar o corpo.

Desconheço o assunto e tudo que sei são os que os sites de internet trazem ao meu conhecimento, por isso, serei breve e sucinto, pois envolve técnicas que não estou familiarizado.

Radiônica tem a ver com a emissão de energia vibracional de uma pessoa usando um aparelho (com alguns modelos vendidos no mercado) que concentra a energia do usuário e a envia para uma outra pessoa, independente do meio ou da distância; tem finalidades curativas. Radiestesia, parece ser um conceito semelhante ao da radiônica quanto à transmissão de energia à distância, mas concentra-se muito nas formas gráficas.

A técnica não é nova pois a radiônica já é usada há muito tempo para tratar problemas de saúde, claro, “sem comprovação científica condizente”, tendo inclusive pessoas que já a utilizam com programação radiônica de pastilhas STIPER de silício, que são usadas sobre a pele, a exemplo dos cristais radiônicos; a programação das pastilhas, neste caso, também é feita usando um aparelho radiônico, tendo a vantagem de ser um tratamento mais orientado a cada caso e não trabalhando com frequência única. Na ausência de um aparelho radiônico, um pêndulo egípcio cumpre a mesma finalidade. Cristais ou pastilhas neste caso, podem inclusive serem desprogramados de sua informação radiônica.

Fechou aqui o que sei sobre este assunto, que não parece implicar muito quanto ao que pretendo desenvolver neste meu texto.

2. Uso de cristais sob a pele.

Cristais são substâncias minerais de diversos formatos encontradas na natureza que têm propriedades físicas singulares, entre as conhecidas, está a de receber um feixe de luz em um de seus lados e decompô-lo em um feixe de luzes componentes de outras frequências, em outro lado; tem também um efeito piezoelétrico, qual seja o de transformar vibrações mecânicas em suas faces e converter em corrente elétrica (e vice-versa).

Existe muita informação em sites dedicados sobre o uso terapêutico dos cristais, mas acredito que esse não é o caso, pois essa informação não é difundida pelo idealizador dos cristais radiônicos como metodologia da técnica, além do mais, não sabemos se os cristais são realmente cristais, se são plásticos/acrílicos ou se são apenas vidro, e que apenas recebem a denominação genérica de cristais para seu uso terapêutico quando da programação radiônica.

3. Técnicas de PNL para tratar a parte psíquica.

A programação neura-linguística (PNL), em palavras simples, ajuda você a usar seu cérebro afastando um pouco o temor de fobias, onde você acha que não pode fazer as coisas. É muito usada como forma de autoajuda em curso e palestras para empresas e comunidades, e também usada nos consultórios de psicologia, pois se baseia (i) na noção de Freud do inconsciente e a sua influência no pensamento e ação conscientes, (ii) também como no comportamento e linguagem metafóricos, especialmente baseado no método usado por Freud na Interpretação dos Sonhos e ainda (iii) na hipnoterapia, tal como a desenvolveu Milton Erickson. A PNL é também fortemente influenciada pelos trabalhos de Gregory Bateson e Noam Chomsky. Sua ênfase está em ensinar técnicas de comunicação e persuasão e a usar a auto hipnose para ajudar a automotivação e a auto mudança.

Dentro do conceito de PNL existe uma técnica chamada de “âncora”, que em termos muito simples poderíamos colocar assim:

“Cada pessoa tem uma história pessoal rica em estados emocionais. Para reviver esses estados, precisamos de um gatilho, ou seja, uma associação que nos permita evocar a experiência original. Nossa mente relaciona experiências naturalmente; é dessa maneira que damos significados àquilo que fazemos. Às vezes essas associações são muito agradáveis. É o caso, por exemplo, de uma música que traz à mente uma recordação agradável. Sempre que a pessoa ouvir aquela música, terá as mesmas sensações prazerosas. E sempre que isso acontecer, a associação se fortalece. Em PNL, o estímulo que está ligado a um estado fisiológico e que o faz disparar é chamado de “âncora”. Outros exemplos de âncoras positivas que ocorrem naturalmente são: fotografias favoritas, cheiros evocativos, a expressão ou tom de voz de uma pessoa querida. Em geral as âncoras são externas: o despertador toca, está na hora de levantar; a campainha da escola indica o final do recreio (âncoras auditivas); um aceno de cabeça significa um ´sim´ (âncoras visuais). (...)

ÂNCORA É QUALQUER COISA QUE DÊ ACESSO A UM ESTADO EMOCIONAL.” (O´Connor e Seymour, 1990)

Um terapeuta conversando com seu paciente e trazendo situações emotivas passadas para o presente e, por exemplo, dando um tapinha em sua testa, está usando o recurso da âncora, terapeuticamente.

Bem, estas técnicas são muito mais complexas de se explicar e exigem um estudo mais aprofundado, mas que podem ser sumarizadas em pequenos procedimentos automatizados para serem usados em conjunto com os cristais radiônicos, potencializando seus efeitos.

4. Auriculo-acupuntura/auriculoterapia, ou acupuntura sistêmica, conforme o caso.

Vários são os materiais que podem ser usados na aurículo-acupuntura/aurículoterapia, tais como sementes de mostarda, agulhas de diversos tipos e cristais, tais como os cristais radiônicos, que é o caso específico deste nosso estudo. Na aurículoacupuntura o cristal é colocado em cima de um ponto de acupuntura, tal como preconiza a MTC objetivando a regulação do Qi pelos canais, ou ainda usando a técnica de microssistemas para tratar reflexamente a parte do corpo com problemas, segundo a teoria de NOGIER; se a acupuntura sistêmica for o método escolhido, então os cristais são dispostos nos pontos sistêmicos de acordo também com as várias teorias da MTC sobre "escolha de pontos".

Em resumo, basicamente são três as técnicas envolvidas no uso dos cristais radiônicos que potencializam o tratamento do paciente em um único procedimento, que segundo seu autor e alunos/praticantes, tem eficácia comprovadas empiricamente em suas clínicas: programação radiônica de cristais, pontos de acupuntura (usando aurículoterapia/auriculoacupuntura e/ou acupuntura sistêmica) e técnicas de PNL.

Existe, segundo Raul Breves, criador da técnica, estudo com peixes e porcos no uso de cristais radiônicos, mas, que segundo meu ponto de vista, não têm muita credibilidade científica, pois não estabelecem uma relação de causa-efeito, não levando a lugar algum, estando ainda no rol das “curiosidades”.

Vou, a seguir, tentar estabelecer uma metodologia apropriada para os cristais radiônicos, tentando levar em consideração, oportunamente, essas experiências com porcos e peixes.


METODOLOGIA.

Seguindo uma linha de investigação coerente para os cristais radiônicos, (i) poderíamos tentar entender como eles funcionam e como eles agem no corpo, o que seria por demais trabalhoso, como explicado mais adiante; (ii) e também poderíamos evidenciar sua eficácia como aplicação terapêutica, para um determinado grupo de pacientes, caminho este muito mais fácil e prático, que é o que adotaremos.

Pesquisa na apuração da eficácia da técnica.

Nem sempre um acupunturista precisa saber em detalhes como determinado recurso funciona, e isto na MTC é bastante forte, pois as práticas da MTC vêm sendo repassadas há gerações através do conhecimento empírico e oral, de mestres para seus discípulos/alunos; mais modernamente temos informação complementar vinda de livros e base de dados, que deixa muito a desejar, se não houver ainda a transmissão oral de um mestre. Muito acertadamente a fonte original de um conhecimento empírico passa a ser o próprio mestre. Uma metodologia como esta que tento expor aqui visa tão somente reconhecer a eficácia desses tratamentos, sem tentar explicar quais mecanismos de cura ocorrem dentro do corpo, ou seja, como a técnica atua em detalhes nos seus processos bio-psíquicos de interação saúde-doença. Neste amplo sentido não existe necessidade daquele medo excessivo, por parte de alguns acupunturistas, de que a pesquisa científica não funciona, pois, em termos muito simples, uma pesquisa desse tipo vai me dizer assim: em 50 casos de dor no ombro, 80 por cento houve melhoras, comparado com 60 por cento de pacientes que tomam remédios e de 10 por cento que melhoraram sem tratamento algum, ou ainda fisioterapia ou outra técnica qualquer. Simples assim! O resto são artimanhas para dar “volume” a um trabalho, ou “melhorias” com vários termos técnicos, que raramente servem para alguma coisa, a não ser para enaltecer o ego de que a fez. Mas para que a pesquisa tenha credibilidade, necessário torna-se, que ela siga algumas regras básicas em sua metodologia.

Vamos separar alguns tópicos da pesquisa, que são muito importantes para uma boa metodologia, mas não se esquecendo de duas pequenas regras básicas:

- Quanto mais pacientes, melhor, pois assim a amostra fica mais significativa. O ideal é que usássemos uma população inteira para o estudo, mas como isso não é possível, usamos apenas uma amostra, mas que seja significativa daquela população;

- Não podemos dizer que cristais radiônicos funcionam para qualquer distúrbio, pois além de não ser ético, não é coerente; podemos, sim, ir testando cientificamente para cada uma das patologias (ou síndromes, quando adotamos terminologia da MTC) e ir reunindo cada vez mais informações sobre eficácia em várias patologias/síndromes; assim, quanto mais específica a patologia/síndrome, melhor, pois podemos separar com maior controle as principais variáveis (características) envolvidas no estudo.

1. Critérios de inclusão (quem pode participar da pesquisa)

1.1 – Pacientes

É preciso limitar a amostra a um grupo específico, como já foi dito acima (regras básicas) e, dentro deste grupo, escolher quais pacientes podem se sujeitar à pesquisa. Eu diria que o ideal seria trabalhar com as patologias apontadas para a medicina ocidental, em seus termos; pois se pegássemos, por exemplo, as síndromes de MTC, não haveria como filtrar os pacientes para a pesquisa, pois os pacientes nos são encaminhados, como deveria de ser, via médico do sistema oficial de saúde, e isso engloba conhecer e trabalhar com os termos da medicina ocidental.

Pacientes aceitos por patologias da medicina ocidental seriam então enquadrados, para tratamento, segundo as síndromes da MTC. Segue-se então a anamnese, escolha da melhor técnica, tratamento propriamente dito (com todo o acompanhamento de um estudo científico).

Ao término do tratamento/estudo científico, os resultados seriam convertidos para os termos da medicina ocidental, novamente, para serem divulgados com padronização específica, para posterior comparação com outros estudos.

Obs. Poderíamos, a título de curiosidade, tentar projetar um estudo deste para o futuro, baseado em termos da MTC. Acho impossível, no momento atual.

Dentro da visão de especificidade dos pacientes, poderíamos pensar em algo, tal como: pacientes com dores lombares; pacientes pós-artroscopia reparadora; pacientes com paralisia facial tipo frígore; pacientes para tratar depressão; pacientes para tratar insônia; etc. Se o grupo for suficientemente grande, poderíamos pensar ainda em mais especificidade, tais como: pacientes com dor lombar recidivante, de primeira ocorrência, que tomam remédios, que fazem atividade física, cuja dor dura mais de um mês, etc.

Para efeitos de estudo, quanto mais limitado seus pacientes, melhor, pois mais fácil será identificar os fatores que podem interferir no estudo (variáveis), então, melhor seria se você pudesse restringir seu grupo a uma determinada faixa etária, a um determinado sexo, a uma determinada profissão, a uma determinada patologia (em clinicas especializadas), a uma determinada região, etc. Claro que isso nem sempre é possível, mas que fique bem claro no seu trabalho, a porcentagem que cada categoria dessa representa na sua amostra.

Resumindo, o grupo de estudo poderia ser composto, por exemplo, de 50 pessoas que apresentam dor lombar recidivante, 80 porcento do sexo feminino, moram em Curitiba, faixa etária variável entre 35 e 50 anos, e que desejam se submeter ao tratamento com cristais radiônicos.

1.2 – Terapeutas.

A principio, faz-se uma pesquisa científica para descobrir como um evento ocorre em sua prática diária, e nesta prática diária vemos um terapeuta (com qualquer designação profissional que possa ter), com curso de cristais radiônicos, entre outras técnicas que possa ser capaz de aplicar devido a sua profissão, e aplicando este método em sua clínica, atendimento domiciliar ou hospital, no paciente que o procura para resolver seu problema.

Assim sendo, qualquer terapeuta que tenha o curso de cristais radiônicos, e que seja orientado sobre como proceder para um estudo científico, poderá fazer parte deste experimento, exceto os casos listados nos “critérios de exclusão”.

2. Critérios de exclusão (quem não pode participar da pesquisa)

2.1 – Pacientes.

Como vamos fazer um estudo comparado, devemos afastar qualquer paciente que esteja usando outra forma de terapia do nosso grupo de estudo, tais como pacientes que estejam tomando remédios, pacientes que estejam usando florais, fisioterapia, etc; o grupo de estudo não deve usar nem um recurso terapêutico a não ser o tratamento por cristais radiônicos; todo o restante de pacientes listado acima poderá fazer parte de outros grupos, os grupos-controle, como falarei mais adiante, excluindo o grupo que usa placebo.

Existe uma série de fatores que influenciam positiva ou negativamente qualquer estudo, quando nos baseamos nos princípios da física quântica orientados à terapêutica - onde vivemos num mundo de energia -; temos então pacientes que já vêm conhecendo os cristais radiônicos onde nem uma terapêutica anterior surtiu efeito (cheio de esperanças, onde bastaria apenas um “oi” do terapeuta para ele ficar curado) ou pacientes que são céticos quanto a terapias complementares, e tudo isso interfere no estudo, mas isso é por demais difícil de excluir do estudo, e também será tema de um outro texto meu, coisa então que não devemos nos preocupar, no momento.

2.2 – Terapeutas

Qualquer terapeuta que possa influenciar positiva ou negativamente no resultado da pesquisa deverá ser excluído, e cito aqui, principalmente, os professores e alunos dos cursos de cristais radiônicos.

É até meio óbvio de se entender, que os alunos não querem desagradar ao seu orientador, não querem tirar notas baixas, têm um profundo respeito pelo curso, etc – provavelmente não conduziriam uma pesquisa deste porte, com total isenção;

Os mestre, por motivo semelhante, fariam tudo para provar que os cristais radiônicos funcionam, afinal, é seu ganha-pão.

Para uma pesquisa, tanto faz se uma terapêutica funciona ou não, e o importante é a evidência que se obtém com o estudo (positiva ou negativa).

O ideal é que o estudo estivesse longe das escolas de formação, mas acredito que isso é impossível no atual momento de desenvolvimento da técnica, então resta-nos apontar nitidamente este fato “como um VIÉS” de pesquisa. Depois de publicado o resultado da pesquisa, deixaremos então para quem vai se utilizar dela, fazer um julgamento de credibilidade quanto a este VIÉS.

3. Amostra.

Como já disse acima, o ideal é que usássemos uma população inteira para o estudo, mas como isso não é possível usamos apenas uma amostra, mas que seja significativa daquela população; e para que uma amostra seja realmente significativa de uma população, precisaríamos contar com a ajuda de um bioestatístico, para que ele nos orientasse melhor de como realizar esta amostragem. Dessa maneira, poderíamos tranquilamente fazer uma inferência para uma população dos resultados que conseguíssemos para aquela amostra, ou seja, se cristais radiônicos são eficientes o dobro de vezes para tratar uma enxaqueca no nosso grupo de estudo, comparado, por exemplo, com acupuntura sistêmica, essa proporção se repetiria para uma dada população.

Mas, claro, isso não é possível fazer e então acabamos trabalhando com o que dispomos, sem fazer inferência alguma, mas apenas aumentando estatisticamente o volume de pesquisas que apontam boa eficácia (ou não) da técnica, em pequenos grupos.

O lugar mais adequado para estas pesquisas deveria ser um hospital pelo fato de haver grande quantidade de pacientes (população para amostragem). Os acupunturista brasileiros que não são médicos, e que são a grande maioria, ainda não trabalham dentro de hospitais por vários motivos (reserva de mercado, preconceito profissional , legislação proibitiva, etc), o que realmente não vem ao caso aqui. A solução mais plausível, então, passa a ser as clinicas particulares de atendimento, de preferência aquelas clínicas especializadas em certas síndromes, pois estas síndromes serão o que chamamos de “população” para o nosso estudo, e será dentro desta população, que vamos escolher uma determinada amostra para estudo. Veja, isso não é “holístico” e vai contra a filosofia da MTC, mas para efeitos de pesquisa científica no Brasil, parece aceitável.

Existem muitos trabalhos, cheios de referências, que falam exaustivamente de como se fazer corretamente uma amostragem, ou mesmo outros tópicos deste meu texto; minha intenção não é abordar os detalhes técnicos de tal processo, mas tão somente levantar os fatos que podem ter uma importância significativa e diferenciada para o acupunturista, e explorar alguns pontos obscuros, quanto à pesquisa que não apresenta coerência com a filosofia da MTC.

4. Grupos de Controle

Num estudo científico os grupos de controle servem para que se teste alguma variável, de cada vez, em comparação a uma outra variável que pertence a um grupo diferente. Assim podemos testar se aquela variável está fazendo o efeito desejado no experimento, pois está sendo comparada a um outro grupo, que não usa aquela variável.

Particularmente, acho a escolha de variáveis como sendo a etapa mais importante na elaboração de um estudo científico. É preciso escolher com sabedoria a variável que queremos para cada grupo de controle e de quantos grupos serão necessários para termos um resultado significativo.

No caso dos cristais radiônicos, a minha pergunta básica que orientaria toda a minha pesquisa poderia ser: “qual a eficácia dos cristais radiônicos (CR) para tratar lombalgia?”. Veja, se eu simplesmente perguntar se CR funcionam eu vou deixar o campo de pesquisa muito amplo para qualquer doença; se eu perguntar como funcionam, terei que desmembrar a técnica em seus diversos componentes (radiônica, auriculoterapia, acupuntura sistêmica, programação neuro-linguística, etc), que também se torna muito amplo, e sem finalidade, pois cada componente é um tratamento per si.

Então, o mais coerente seria testar os CR em um grupo que apresenta uma única patologia. seria o meu grupo de estudo. Neste grupo de estudo estariam amostras de uma população que seria composta de pacientes com lombalgias (se eu tiver muitos pacientes poderia até fechar mais este estudo em certas lombalgias) e que não receberiam qualquer outro tipo de tratamento, ou seja, não poderiam estar se medicando (o que seria muito difícil), não poderiam estar fazendo fisioterapia, ou qualquer outra terapia.

Se os pacientes fossem recrutados de uma clínica médica seria muito difícil não estarem tomando algum tipo de remédio e neste caso, poderíamos testar pacientes que estão apenas tomando determinada medicação, estudo este que seria muito limitado então em seus resultados sobre CR.

Mas existem casos em que os pacientes vãos direto para uma clínica de acupuntura sem encaminhamento médico, pois já estão saturados de tanto remédio, sem que estes surtam bons resultados. Pacientes assim, não fazem uso de medicação e poderiam ser recrutados para o estudo que ora propomos.

Vemos então como é difícil recrutarmos pacientes para compormos a amostra de um estudo científico, por isso que muitos profissionais simplesmente usam a técnica, sem esperarem pela comprovação científica, pois ela é muito difícil de realizar, e também cara de se implementar. Ou então vemos surgir esses estudos que populam nossas revistas científicas, cheios de vieses e tendências perniciosas, muito frequentes na indústria farmacêutica, e um exemplo muito comum são os testes que são feitos com as drogas com apenas dois anos de duração e em uma amostra retirada de uma população que não condiz com a realidade local de onde o medicamento será usado e também eliminando uma série de variáveis do estudo (nas bulas de medicamentos vemos isso rotineiramente: este medicamento não poderá ser usado em tais e tais pacientes, pois não foram testados, bla, bla e bla.); resultado: depois de alguns anos estes medicamentos estarão sendo retirados do mercado, pois mais estudos científicos encontraram evidências que eles fazem mal à saúde – mais mal do que bem.

...VAI CONTINUAR...